Previdência Privada: Entenda a sopa de letrinhas

Você já pensou na renda da aposentadoria? Bem, independentemente da sua idade, esse é um assunto que você deveria olhar com carinho e atenção. Afinal, não dá pra contar com a renda do trabalho até o fim da vida.

Bem, você provavelmente já ouviu falar do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Que é a instituição que recebe as contribuições para a manutenção do Regime Geral da Previdência Social, responsável pelo pagamento de aposentadorias, salário-maternidade, pensão por morte, auxílio-doença, auxílio-acidente, auxílio-reclusão e outros benefícios. Para adquirir o direito a esses benefício é necessário fazer contribuições, que pode ser descontado direto da folha de pagamento ou através de contribuições individuais. O trabalhador de hoje, paga a aposentadoria do trabalhador de ontem e assim, o ciclo continua.

Devemos nos atentar que, por uma série de fatores, não há garantias de que a aposentadoria social seguirá nos mesmo moldes que conhecemos. E também, existe a questão do teto de recebimento, que hoje é uma renda máxima de R$ 6.101,06. Será que é suficiente?

Uma opção mas não é a única

Os planos de previdência privada surgiu como uma alternativa, dentre várias outras, para completar a aposentadoria social. Por aqui, vou explicar como esse produto funciona para que você consiga avaliar se esse é um produto interessante para você. 

Em essência, a previdência privada é um seguro. Por isso é regulamentada pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados) mas, podemos considerar como um ativo financeiro que, guardada as proporções, é bem parecido com um fundo de investimento. Basicamente, o investidor acumula capital, que é remunerado de acordo com as aplicações escolhidas pelo administrador do plano.

Na prática, podemos dividir o plano em duas etapas: A fase de acumulação e a fase de resgate.

No período de acumulação, são realizados os aportes de recursos que serão aplicados conforme a regra da seguradora. O objetivo é aumentar a rentabilidade do dinheiro investido. Na fase de resgate, após um período já estipulado em contrato, o valor acumulado poderá ser resgatado integralmente ou na forma de uma renda complementar. Resumindo, você delega a gestão do patrimônio acumulado a uma seguradora, e ela faz o serviço de investir o dinheiro pra você. De graça? Claro que não! Para fazer esse serviço são cobradas algumas taxas.

Os custos da previdência privada

Algumas taxas são:

Taxa de administração; que é a taxa cobrada para fazer toda a gestão do plano.

Taxa de carregamento; que é um percentual que incide sob todas as contribuições feitas em uma previdência. Ex: Se a taxa de carregamento for 5%, isso quer dizer que se você investir mensalmente R$ 100,00 na sua previdência privada, na verdade apenas R$ 95,00 serão de fatos acumulados para sua aposentadoria. Os R$ 5,00 a instituição financeira já lhe cobra antes mesmo de investir. Atualmente já é possível encontrar produtos que não cobram essa taxa.

Taxa de saída; Assim como a taxa de carregamento só que cobrada no resgate do plano.

Taxa de performance; que é a remuneração do gestor sempre que ele superar um determinado referencial de performance. É comum a cobrança de 20% sobre o que exceder o índice de referência.

Ufa! Muitas taxas. Mas, vamos falar sobre onde esse dinheiro fica investido. Toda previdência tem um fundo de investimento por trás. E, atualmente as regras estão mais flexíveis para aqueles que buscam diversificação e volatilidade nos investimentos de longo prazo. Sendo possível investir o dinheiro do fundo de previdência em ações, ETFS… E para os conservadores é comum encontrar fundos que investem em títulos de renda fixa para diminuir a volatilidade para os seus clientes.

Será que vale a pena?

Entendido até aqui como funciona esse produto, vamos para a sopa de letrinhas. Existem dois tipos de planos de previdência privada: O PGBL (plano gerador de benefício livre) e VGBL (Vida gerador de benefício livre).

A principal diferença entre os dois planos, está na tributação. O PGBL, o investidor pode deduzir seus aportes com limite de até 12% da renda do ano. Para saber se vale a pena aderir essa modalidade para redução do imposto de renda, sugiro a leitura desse texto

Já no segundo modelo, o VGBL, a alíquota do imposto de renda é cobrada somente sobre a rentabilidade. Esse é o modelo mais interessante para as pessoas que fazem declaração de IR simplificada.

A tributação, no momento do resgate, também muda de um plano para o outro. No PGBL a alíquota do IR incide sobre o patrimônio total do fundo e no VGBL a alíquota é somente sobre o lucro. Como podemos notar, uma das vantagens do plano de previdência privada é o benefício fiscal em alguns casos. Mas existem outros pontos que valem destacar como:

O fundo não possui come-cotas.

Existe uma facilidade em fazer a portabilidade do plano caso você deseje migrar de um fundo de previdência para outro.

Para quem está pensando na sucessão patrimonial; a transferência do recurso não exige inventário.

Mas, como tudo nessa vida, também existem as desvantagens:

É um produto pensado para o longo prazo ou seja, com baixa liquidez. Caso ocorra resgates no curto prazo, a carga tributária costuma ser bem desestimulante.

A segurança fica por conta da solidez da seguradora ou da empresa que está por trás do plano, então, é preciso avaliar bem a reputação da instituição que comercializa o produto.

Alguns produtos cobram um custo alto para manter o plano o que afeta a rentabilidade. Inclusive, existem muito fundos de previdência com um rendimento em ruinzinho cobrando taxas altíssimas.

Nem sempre a estratégia do fundo é compatível com o seu perfil ou objetivo de longo prazo.

Por isso, é preciso verificar se o produto é realmente adequado as suas necessidades e se realmente está de acordo com o caminho que você resolveu trilhar para a construção da sua independência financeira. Lembre-se a previdência privada é um instrumento para acumular patrimônio para a aposentadoria, mas não é única opção.

Se você gostaria de contar com uma ajuda para desenvolver um plano independe para a formação da sua aposentadoria, entra em contato por aqui que podemos te ajudar nessa jornada.

Keylla Santos

Consultora Financeira Pessoal da Papo de Valor. Acredito que finanças é uma parte de um todo. Sendo assim, para ter uma vida tranquila, com autonomia e liberdade é preciso ter conhecimento dos números e do comportamento para tomar boas decisões. É por isso que eu facilito processos de planejamento e organização financeira.

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