Vale a pena usar a previdência privada pra pagar menos impostos?

Já recebi essa pergunta algumas vezes e a resposta é sempre um grande DEPENDE. Mas, nesse caso depende de uma coisa só: Você realmente vai usufruir do benefício fiscal de redução de imposto de renda? Se sim, sim. Se não, não.

Semanalmente, aqui na Papo de Valor, aprofundamos os estudos em um tema específico em um treinamento com a equipe toda de planejadoras. O tema dessa semana foi exatamente esse.

Como assim reduzir o imposto de renda com previdência?

Pra começar, vou explicar. Um dos itens que precisamos escolher na hora de contratar uma previdência privada é se ela será PGBL ou VGBL. A PGBL é a única que possui esse benefício fiscal.

Como funciona?

Na declaração de ajuste de imposto de renda (aquela que fazemos uma vez por ano e que define se vamos pagar ou restituir imposto, sabe?) o valor devido é uma alíquota (%) da base de cálculo.

Um exemplo:

Vamos supor que uma pessoa tenha sua renda tributável em 100 mil reais e consiga comprovar 22% dela de dedução por pensão e previdência social. Sua base de cálculo seria então 78 mil.

Você pagaria de imposto no ano, então, 11.017,68 reais, usando a alíquota tabelada pela Receita Federal.

O pulo do gato:

Essa alíquota é alterada conforme a base de cálculo, diminuindo quando ela diminui. E determinados cenários podem reduzir essa base de cálculo. Isso geraria menos imposto para pagarmos (ou mais para restituirmos, se for o caso).

(nós podemos te ajudar a planejar esse processo, só clicar aqui)

Quem pode aproveitar esse benefício da previdência?

Quem faz declaração completa de imposto de renda e deduz os gastos de saúde, educação, pensão ou qualquer outro possível, pode também deduzir os investimentos feitos em PGBL naquele ano. O limite máximo é de 12% da renda tributável.

Se você, então, faz esse tipo de declaração se alerte para essa possibilidade e avalie se pode ser aplicado no seu caso.

Como isso vira uma economia?

Lembra do nosso exemplo?

Vamos supor que uma pessoa tenha sua renda tributável em 100 mil reais e consiga comprovar 22% dela de dedução por pensão e previdência social. Sua base de cálculo seria então 78 mil e a alíquota efetiva aproximadamente 11%.

Se assumimos esse mesmo caso e acrescentamos ao longo do ano 12% da renda tributável em aportes de previdência privada PGBL, teríamos uma redução da base tributável de 78 mil para 66 mil.

O valor a ser pago de imposto reduziria para 7.717,68.

Uma “economia” de 3.300,00 reais.

É certo que uma parte dessa imposto está sendo somente adiado, visto que ele será descontado no momento do resgate dessa previdência. Mas, caso o regime de tributação tenha sido corretamente escolhido e o prazo respeitado, o valor a ser pago será bem menor do que a diferença economizada.

Para alguém que escolha a opção regressiva e deixe o valor aplicado por 10 anos, a alíquota a ser paga no futuro será de 10% em cima do valor total. Sobre o capital, isso seria 1.200,00 (10% x 12% x 100.000,00).

A economia seria reduzida então para 2.100,00 (3.300 menos 1.200), mas ainda assim é uma ótima economia. Afinal, por que daríamos esse dinheiro para o governo se podemos ficar com ele?

4 pontos pra ficar atento

  • Saiba o que você está contratando. Não invista porque alguém falou que é bom. Entenda o investimento e veja se ele realmente faz sentido dentro da sua realidade e do seu momento financeiro.
  • Escolha uma boa previdência. A maior parte das previdências do mercado (principalmente as de banco) são muito ruins. Então você até pode ter um benefício fiscal no momento, mas no longo prazo talvez não valha a pena.
  • Escolha corretamente o regime de tributação da sua previdência. Ele pode ser progressivo ou regressivo e faz uma diferença muito grande no final. Garanta que está escolhendo o melhor pra você.

E pra finalizar…

Essas movimentações são muito poderosas para o seu acúmulo patrimonial, mas é preciso saber fazê-las. Tomar uma decisão errada pode ser muito pior do que não fazer nada. Então, cuidado.

Precisando de ajuda, conta com a gente. Te ajudamos a montar seu planejamento financeiro (completo ou para alguma questão pontual) pra que você possa usar seu dinheiro para o que importa de verdade na sua vida.

Vívian Rodrigues

Consultora Financeira e fundadora do Papo de Valor. É apaixonada pela vida e tem a missão de inspirar outras pessoas a usarem o dinheiro como ferramenta para realizar coisas incríveis.

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