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Planejamento financeiro e Tetê, minha cachorrinha

Já faziam alguns meses que eu andava ensaiando ter um cachorro. Não sei exatamente de onde essa vontade saiu, já que tive animais de estimação quando criança, mas confesso que nunca fui muito entusiasta de bichos em geral – gostava das minhas cachorras, não de cachorros, entende?

Pois bem. Nos últimos meses, por várias vezes me peguei olhando para os bichinhos dos outros, lendo a respeito, invejando um pouco aquela criança desfilando com um na rua (quando isso ainda existia nas nossas vidas, é claro).

E eu, pessoa racional que sou, ponderei inúmeras vezes todos os prós e contras dessa decisão. Repassei nos meus pensamentos cada detalhe que pesava contra, imaginei todos os passeios no momento de preguiça, cada latido para os vizinhos no corredor.

E SABE O QUE ISSO TEM RELAÇÃO COM AS FINANÇAS? TUDO!

Porque por fim, cheguei à conclusão que não adiantava ninguém me falar que vai dar trabalho, que vai custar e que vou ter que limpar a casa o dobro de vezes: eu queria, e pronto. Não adianta racionalizar, a vontade vem de outro lugar – e eu já sabia disso, já tinha presenciado decisões parecidas diversas vezes nas consultorias.

Somos humanos, esses seres cheios de vontades e de mil argumentos extremamente estruturados e convincentes para lançar sobre qualquer um que tenha uma opinião contrária.

MAS TAMBÉM SOU PLANEJADORA FINANCEIRA, LEMBRA?

E lá fui eu colocar na ponta do lápis cada custo pesquisado que teria com o bicho – ração, vacinas, banhos, remédios, etc etc etc. E talvez, para a maioria dos ‘educadores financeiros’ dessa internet, a resposta da conta já estaria pronta: “Não tenha cachorro! Vai trocar juros compostos por tapete higiênico? Que absurdo! Assim não vai chegar no primeiro milhão nunca..”

Ou talvez, para uma parte da população, a resposta seria outra, mas também estaria pronta: “Ah, vai lá e faz, boba! É só um bichinho, os custos são pequenos! Além do mais vocês trabalham tanto.. vai ficar economizando essa mixaria? Depois você dá um jeito” (leia essa parte com a voz da pessoa que você sabe que falaria exatamente isso).

POIS BEM, ABRI MEU PLANEJAMENTO..

E incluí essa conta. E sim, ia demorar mais para ficar milionária, caso o plano fosse esse. Mas na verdade vai precisar cortar um pouco desse valor poupado para aquele projeto de vida, ou talvez dá para diminuir um pouco aqui nessa pizza do final de semana e ali ‘nas blusinha’.. E pronto!

Troquei parte da minha verba destinada a lazer por ração, mas troquei feliz! Feliz e com muita serenidade de que vai ficar tudo bem no final do mês. E de que eu não vou ter que deixar as coisas acontecerem para só depois, com um pouco de chateação, ter que diminuir o consumo como um todo porque o mês não está cabendo dentro do orçamento.

MAS OLHA SÓ, ESTAMOS FALANDO DE UM CACHORRO!

E pode acontecer de essa análise precisar ser feita com algo de preço maior, ou poderia ter acontecido de eu perceber que realmente não daria para satisfazer essa vontade agora, considerando a minha realidade e as outras prioridades.

(mas nesse caso, ainda bem que eu tive a clareza antes. Certo?)

Quis trazer esse caso simples, que aconteceu comigo no último mês, para te mostrar que planejamento financeiro não é sobre cortar tudo o que não é extremamente essencial e dividir um pequeno Trident com o colega. Não para nós, da Papo de Valor.

Planejamento financeiro é sobre tomar decisões seguras, sabendo o que cabe no nosso orçamento ou não, e fazer as adaptações necessárias antes, com clareza e tranquilidade. É sobre muito auto conhecimento para saber sobre as suas prioridades e principalmente: é sobre autonomia para decidir dentro da sua realidade.

Sim, por vezes acontece uma compra ou decisão por impulso (inclusive com a gente, não se engane!) e talvez entre em cena o famoso “dar um jeito depois”. Mas normalmente, ele vem acompanhado de uma certa dose de sofrimento e arrependimento, e aí sim, concessões que talvez não faríamos se isso houvesse sido colocado na balança lá no começo.

Caso você tenha percebido que hoje está nesse momento, de ter que fazer adaptações no seu planejamento para absorver decisões que já foram tomadas, deixe o seu contato aqui. Conduzir esse processo com clareza e respeito à sua realidade e ao que é prioridade pra você, é o nosso trabalho!

Larissa Brito

Planejadora Financeira na Papo de Valor, sou apaixonada por gestão financeira e acredito que isso fala mais de pessoas do que de números. Com foco em autônomos e empresas, sonho com que cada negócio leve o seu máximo potencial para o mundo, trazendo retorno financeiro, é claro!

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