Cartão de crédito: Como o modo de pagamento afeta a sua escolha

Vamos fazer um exercício de imaginação!? Pensa que começou a esfriar na sua cidade e você percebe que precisa comprar uns agasalhos novos. Aí, você abre o aplicativo daquela loja outlet que está cadastrada no seu celular, nela já tem todas as suas informações pessoais: Endereço, dados bancários, senha, cartão de crédito.

Você abre a página, escolhe umas cinco peças e coloca no carrinho virtual. Antes de finalizar as compras, percebe que tem uma coleção de roupa infantil na promoção. Neste momento, você promete a si mesma que vai só “dá uma olhadinha” porque, afinal, comprou roupas para as crianças recentemente.

Mas, tinha um vestidinho que era uma gracinha e um macacãozinho que não dava para resistir. Resultado: Duas peças no carrinho. Algumas horas depois, você seguiu para finalização da compra. Total R$674,40.

“Nossa, que caro!”, pensou.

Porém, a loja oferecia a opção de parcelamento em até dez vezes sem juros. Pronto! “parcelinhas de R$ 67,44 eu consigo pagar” argumentou. Assim, o desconforto inicial de gastar todo aquele dinheiro foi embora.

Alguns dias depois, as compras chegam na sua casa e a satisfação já não é mais a mesma. Parece até que foi mais divertido escolher os produtos do que tê-los.  

Agora, imagina o mesmo enredo só que com alguns detalhes diferentes. As compras não serão feitas online e sim, diretamente na loja (estamos vislumbrando uma realidade sem pandemia aqui). Você experimenta umas peças, combina cores, modelagem… E escolhe as cinco do exemplo anterior, vai até a sessão infantil, mais duas peças, segue até o caixa. Total: R$674,40.

 “Crédito ou débito?”, pergunta a atendente.

 “Dinheiro”, você responde.

A moça fica em choque e cogita a possibilidade de chamar o gerente.

Você tira seis notas de cem reais da carteira, uma nota de cinquenta, uma nota de vinte, duas notas de dois reais e conta as moedinhas até completar os quarenta centavos.

A dor do pagamento

Se você ficou sem ar só de ler essas linhas, saiba que eu também fiquei. Nesses dois cenários, qual você acha mais provável que exista uma reflexão profunda sobre a necessidade de cada item comprado?  No cenário dois, o desprendimento do dinheiro acontece no ato da compra. E nós não gostamos de gastar dinheiro.

A angustia que sentimos quando nos desfazemos do dinheiro é conhecida pelo meio acadêmico como “dor do pagamento”. O conceito é bem simples: Abrir mão de um montante financeiro, ativa as áreas do nosso cérebro que estão associadas à dor. Afinal, demanda tanto esforço para adquiri-lo que é natural sentirmos um desconforto. Esse sentimento pode até remover o prazer de comprar um item novo.

Então me diz, você acha que o modo de pagamento poderia afetar a sua escolha? Sim. Pode. E as empresas de marketing sabem disso. É por esse motivo que elas removem qualquer atrito que possa existir pelo caminho. Compras com apenas um clique, registro automático dos dados do cartão, opções de parcelamento a perder de vista…

Assim, a forma de pagamento afeta a nossa “dor”. Sendo maior nos pagamentos com dinheiro, o que nos ajuda a ter mais consciência da nossa compra. E menor no cartão de crédito, o que anestesia o nosso consumo. Tendemos a gastar mais pagando com o cartão do que pagando com a moeda de papel.

O Cartão de crédito é o vilão?

Sendo assim, o cartão de crédito é o vilão? Não é bem assim. Neste texto eu falo sobre 6 dicas para usar o cartão de crédito ao seu favor A questão é que a nossa emoção sobressai a razão.

Por isso, conhecer as nossas falhas nos permite dar mais atenção ao nosso comportamento. Assim, observamos como os nossos gastos acontecem e podemos optar por uma forma de pagamento que nos ajuda a ter mais consciência nas compras.

Gosto de desenvolver junto com os clientes da consultoria financeira, protocolos de compras de acordo com cada necessidade. Exemplo: compras superiores a R$100 só serão concluídas depois de 24h de reflexão. Compras online, o pagamento é preferencialmente via boleto, e por aí vai… Tudo personalizado conforme o perfil de cada cliente.

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Keylla Santos

Consultora Financeira Pessoal da Papo de Valor. Acredito que finanças é uma parte de um todo. Sendo assim, para ter uma vida tranquila, com autonomia e liberdade é preciso ter conhecimento dos números e do comportamento para tomar boas decisões. É por isso que eu facilito processos de planejamento e organização financeira.

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