Essa é uma daquelas perguntas em que a resposta é um grande “depende”. O ideal mesmo é não pagar nada, mas sabemos que em alguns cenários essa não é uma opção em pauta.
Sempre que colocamos um sonho na mesa para ser discutido, não são só os parâmetros numéricos que estão em jogo. É preciso analisar o que é desejo próprio, o que é a pressão da sociedade e da família, quais são os riscos que estamos dispostos a assumir e qual preço queremos pagar (a mais) para antecipar a realização às custas de um empréstimo.
Nem todo mundo que financia um imóvel se preocupa em refletir sobre essas questões. A maioria só segue o padrão: passa no vestibular, forma, compra um carro novo financiado, casa, financia um imóvel e (teoricamente) vive feliz pra sempre.
Esse foi o tema da nossa primeira edição do Papo de Quinta, um projeto da Papo de Valor no qual a cada quinta feira conversamos de forma leve, ao vivo, com um convidado no nosso instagram. Quem comandou dessa vez foi a Vívian Rodrigues, fundadora da Papo de Valor, e a Lorena Pires, planejadora da Papo de Valor e professora do curso Casa Própria: como descomplicar essa decisão.
Aqui está a gravação e logo abaixo algumas outras perguntas que foram respondidas ao longo da semana:
Papo de Quinta (18/02) : Quanto vale pagar de juros pra comprar a tão sonhada Casa Própria?
Lorena, quais estratégias possíveis para reduzir a quantidade de juros pagos (pensando em alguém que já está decidido em financiar um imóvel)?
Bom, pra responder essa pergunta em primeiro lugar é preciso entender como funciona um empréstimo e o que são os juros. É só entendendo isso que a gente consegue partir para a fase de pensar em estratégias.
E vou até aproveitar para fazer um convite: todos os nossos cursos têm alguma aula liberada na página de vendas. No curso sobre A CASA PRÓPRIA a aula liberada é a que explica justamente isso… vale a pena assistir para entender mais do assunto.
Dito isso, as estratégias são várias e em geral tem relação com a amortização mais acelerada: uso de FGTS, pagamento de mais de uma parcela mensalmente, tentar manter o valor do pagamento da parcela mensalmente mesmo que essa vá reduzindo, avaliar necessidade de portabilidade (no caso de quem já tem um financiamento) são algumas boas saídas.
No nosso curso Casa Própria entregamos uma ferramenta que simula o quanto economizamos de juros e também antecipamos no prazo de quitação a medida que cada uma dessas estratégias é utilizada. Em vários casos, o tempo reduz praticamente pela metade.
Pode explicar um pouco mais sobre essa tal amortização?
Amortização é a parte do boleto de um financiamento imobiliário que de fato diminui a dívida. Quando a gente paga o boleto, temos várias partes: dívida sendo diminuída (que é a amortização), juros, taxa de administração e seguro.
E o que é interessante: os juros, taxas e seguros são despesas que são recalculadas mensalmente e dependem do quanto você ainda deve. Isso significa que se você conseguir pagar valores mais altos mais rapidamente (que é o que conhecemos como amortizações) os valores que você vai pagar com estes custos também reduzem.
Maravilha!
E vale a pena comprar à vista um imóvel pra ir morando enquanto não a pessoa não tem dinheiro pra comprar o dos sonhos? Ou melhor já financiar o dos sonhos? Ou melhor ficar no aluguel até ter dinheiro pra comprar o dos sonhos?
Quando comparamos preços de aluguel ou o valor da parcela de financiamento para um mesmo imóvel, na maioria das vezes (e vale avaliar se é o caso) a parcela do aluguel é bem menor. Então é provável que, seguindo pelo caminho do aluguel, a pessoa tenha mais margem para juntar dinheiro e caminhar mais rapidamente na direção da compra do imóvel que de fato é dos sonhos.
O fato é que não tem resposta certa para todos os casos, certo? Como saber então se é hora de comprar um imóvel?
No Curso da CASA PRÓPRIA a gente chamou esses pontos de aspectos qualitativos. Porque, na prática, antes de sair fazendo conta, a gente precisa entender se faz sentido em nosso contexto de vida.
Algumas perguntas a serem respondidas são: Faz sentido imobilizar essa grana toda hoje? Existe a chance de você mudar de cidade? Se o seu trabalho mudar de lugar, isso interfere na sua decisão de moradia? Você sente que um imóvel próprio te deixaria mais seguro e por quê? Este imóvel atende às necessidades da família que você quer ter?
Um bom ponto de partida é olhar para estas perguntas. E existem outras, já quantitativas que tem relação com: Você já sabe quais são todos os custos envolvidos na compra, na mudança e no dia a dia? Esses valores encaixam no seu orçamento?
E quanto existe um financiamento e investimentos? Vale a pena resgatar dinheiro de uma previdência privada, por exemplo, para quitar o imóvel? (Dados: financiamento CET 10% e previdência VGBL com mais de 10 anos)
Temos que analisar algumas questões envolvidas aqui.
Um primeiro ponto é o seguinte: de um lado você está como investidora, e sendo remunerada por isso. Do outro lado você está como endividada e pagando por isso. Olhando a matemática, exclusivamente, faz sentido avaliar se você mais paga ou mais recebe quando coloca as informações na balança.
Caso a previdência (e isso vale para qualquer outro investimento) te remunere valores superiores ao que você paga no financiamento, faz sentido manter como está. Se não, a sua estratégia deve ser repensada e analisada com calma. Outros fatores como impostos e riscos devem entrar na conta também.
Um segundo ponto é: o valor de CET de 10% está relativamente alto comparando com o que está sendo praticado hoje. Então é bastante provável que você consiga fazer uma portabilidade para um financiamento como taxas menores ou até mesmo uma negociação melhor dentro do seu banco.
Neste caso é possível manter a dívida a um custo menor. E por fim, acho importante trazer a reflexão de até que ponto é interessante utilizar todas as reservas para quitar o financiamento. Este pode ser um movimento perigoso. O que eu sugeriria seria fazer simulações, para que você entenda quanto dinheiro está sendo “perdido” nesta história, se é que é o caso.
Excelente! E se alguém quiser analisar melhor antes de tomar essa decisão o importante é sempre entender que não há um padrão que funcione pra todos os casos. É preciso fugir dos gurus que defendem bandeiras sem analisar o cenário que cada pessoa está inserida.
Perfeito! Por aqui podemos ajudar através do próprio curso Casa Própria e também via consultoria individual. Independente do formato, é sempre um prazer poder acompanhar essa decisão tão importante (e possivelmente a mais cara) na vida das pessoas.
[…] está endividado, o cartão estourado, utilizando o limite do cheque especial, com parcelas do financiamento atrasada e, ainda assim, compra mais uma coisinha que você não precisava, ou pelo menos, não […]