O que é e para que serve uma reserva financeira?

Você pode chamá-la como quiser: reserva financeira, reserva de emergências, colchão de segurança, reserva de oportunidades, enfim, ela tem vários nomes.

Mas sua função principal é a mesma, trazer segurança e estabilidade para seu dia a dia e é uma das estruturas mais importantes de um bom planejamento financeiro.

Aqui para se referir a ela vou usar o termo reserva e conceitualmente gosto de dizer que ela é um valor que corresponde a sua vulnerabilidade financeira.

Isso porque sua função é mitigar essa vulnerabilidade, sendo assim a reserva é uma quantia que você deixa em investimentos líquidos (que podem ser resgatados a qualquer momento) e seguros (que não variam) para momentos em que sua vulnerabilidade se torna explicita.

Existem regras para a reserva financeira?

Existem diversas regras para a reserva, normalmente genéricas, que são melhores do que nada, mas eu gosto de analisar cada caso.

Dizem por aí: se você é CLT guarde 6 meses do seu salário ou custo de vida, se você é autônomo ou empreendedor 12 meses.

Isso ajuda muito, mas pode desmotivar já que a reserva normalmente é o primeiro contato com o mundo de poupar e investir por objetivos que a pessoa tem.

Por isso uso o conceito de vulnerabilidade financeira dentro de uma escala de 3 a 12 meses do custo de vida da pessoa.

E o que é vulnerabilidade financeira?

Gosto de usar esse termo para explicar que cada pessoa tem suas particularidades e não podemos apenas cair com uma caixa e dizer: Entre!

Então, a ideia aqui é entender o quanto vulnerável é ou está a sua vida financeira. E para isso, temos alguns pontos a analisar:

  • Quantas pessoas dependem da sua renda?
  • Você possui bens imóveis que demandam custos?
  • Você possui estabilidade de renda no seu emprego?
  • Sua profissão tem um bom nível de empregabilidade?
  • Você tem pessoas com quem contar financeiramente? Se sim, como se sente com essa possibilidade?
  • Você teria um valor “imaginário” que lhe deixaria mais confortável? Vamos ver se ele condiz com a sua realidade?

Dado estes pontos e dependendo de cada resposta vamos determinar se você precisa de mais reserva (mais próximo dos 12 meses) ou menos (mais próximo dos 3 meses).

Lembrando que sugiro que seja do seu custo de vida, seus gastos fixos e variáveis que acontecem todos os meses. Se você for menos vulnerável financeiramente, muito provavelmente você irá acessar menos a reserva.

Um exemplo de duas pessoas em pontos extremos de vulnerabilidade financeira:

Joana

Tem 25 anos, mora com os pais e não tem muitas despesas com moradia, não tem carro e não tem nenhuma dívida.

Trabalha em uma multinacional desde os 22 anos e está ascendendo na carreira de T.I e sua área tem alta empregabilidade.

Luciana

Tem 34 anos, é autônoma e tem uma filha de 3 anos e seu marido faleceu, paga aluguel, uma especialização e tem um automóvel.

Como é autônoma seu faturamento varia, mas para isso construiu uma reserva na empresa para conseguir sempre se pagar o mesmo salário. Sua área, a psicologia clínica, não é uma área em que você constrói estabilidade de renda rapidamente.

Fica claro para você que a Luciana possui uma probabilidade maior de precisar acessar a reserva do que a Joana?

E por que pensar dessa forma?

Pois assim não pressionamos ninguém e tornamos o planejamento muito mais adaptado a realidade da pessoa.

No exemplo acima, a Luciana vai entender o motivo dela precisar ter uma reserva maior e a Joana vai poder aplicar seu dinheiro de forma muito mais inteligente.

Investindo a reserva

Como disse no início a reserva é isso, esse item que da estrutura para momentos em que você precisa de um valor para além da capacidade do orçamento mensal.

Gosto da ideia do Eduardo Amuri de pensar que só vou acessar a reserva se eu a não tivesse eu teria que acessar um empréstimo.

Em outras palavras, reserva não é qualquer dinheiro guardado, ele é um dinheiro que vai ser usado de forma estratégica e por isso também deve estar investido de forma estratégica.

A reserva precisa estar em investimentos de alta liquidez e baixo risco.

Investimentos de alta liquidez são aqueles que você consegue transformar em dinheiro rapidamente, geralmente com alguns cliques, já poderá passar o cartão e comprar uma coxinha (se você gostar, rs).

Já o risco, no mercado financeiro, quer dizer a volatilidade do valor do seu investimento.

Quanto mais volátil for, mais arriscado ele é. E como a reserva precisa estar acessível a qualquer momento e não podemos contar com a sorte, temos que optar por investimentos menos arriscados.

Existe uma premissa no mercado financeiro: risco e retorno andam juntos e liquidez anda ao contrário. Calma, vou explicar.

Se você corre menos risco, você ficará mais próximo de receber o benchmark da economia (que no Brasil é a Selic/CDI) quanto mais você se afasta disso, maior é a rentabilidade esperada (preste atenção, esperada e não garantida).

Já a liquidez, quanto menor for, mais rentabilidade é esperada e consequentemente, maior risco pelo motivo que vimos antes. Afinal, seu dinheiro fica menos acessível.

Ok, e por onde começar?

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Papo de Valor

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