Não sei para onde está indo o meu dinheiro, e agora?

Trabalhar como planejadora financeira faz com que vira-e-mexe as pessoas se disponham a abrir o coração comigo sobre as mais variadas dores relacionadas a dinheiro.

E uma queixa que aparece com bastante frequência quando converso com clientes e amigos é: “eu não tenho ideia para onde está indo meu dinheiro”. É algo que acontece por aí também?

Engraçado como esse recurso que, para uma série de coisas nos é tão relevante, simplesmente desapareça da nossa frente.

A gente rala no trabalho, consegue juntar o nosso suado dinheirinho para que assim — do nada — ele suma, sem deixar rastros.

Será que é isso mesmo que acontece? Esses rastros são mesmo tão difíceis de serem identificados?

Um palpite para começarmos

O dinheiro deixa rastros que, na maioria dos casos, não só não estão escondidos como estão escancarados, mas que, no fundo do nosso coração a gente não quer enxergar.

É aquela comida que a gente pede pelo app no dia que estamos cansados, a viagem merecida depois de tanto tempo sem férias, os presentes que a gente costuma dar para os outros e também para nós mesmos.

E não me leve a mal! Todos esses gastos são válidos e certamente merecidos, mas a pergunta que quero instigar é: e o que mais a gente merece?

Não merecemos também um bom sono sabendo que não temos nenhuma dívida descontrolada nos assombrando?

Também não merecemos ter uma aposentadoria digna? A paz de espírito de saber que mesmo se algo der errado em nosso trabalho temos uns meses de contas pagas garantidas?

Sobre o viés do presente

Estudos relacionados à psicologia econômica trazem à tona que temos uma forte preferência pela recompensa num momento mais próximo àquele que estamos vivendo, e isso tem até nome: o viés do presente.

Essa é uma tendência humana que faz com que na hora de escolher entre gastar um dinheiro agora ou deixar para gastar depois a gente normalmente prefira a primeira opção.

Perceba: isso pode oferecer um grande risco para a maneira como conduzimos a vida.

Para nos desviarmos — ainda que em partes — dessa tendência um pouco de planejamento e estratégia são bem-vindas. E o primeiro passo é de fato enxergar o que tem acontecido.

Ok, e como fazer isso?

Para quem está na escuridão total — sem ideia do que está acontecendo e para onde todo o seu dinheiro está indo — sugiro que:

  • Vasculhe seu extrato e fatura do cartão

Na maior parte dos casos, levantar o extrato das contas correntes e as faturas do cartão para uma análise já traz bastante informação.

Assim, a gente consegue se lembrar dos gastos mais recentes, ver as “exceções” dos últimos tempos e começamos a entender onde é o ralo que tem levado o nosso dinheiro.

  • Anote os seus gastos por um tempo

Confesso que já passei por uma experiência parecida que foi sugerida por minha nutricionista há um tempo.

Ao comentar que seguia o plano nutricional, mas continuava ganhando peso, ela me deu a tarefa de anotar tudo o que eu comia por uma semana.

Quando comecei a colocar no papel o que de fato estava acontecendo, ficou óbvio de onde estava vindo aqueles quilinhos a mais.

Com as finanças esse método também pode funcionar muito bem. E bom, a ideia por aqui não é — ainda — reduzir gastos, mas trazer para a consciência as situações em que gastamos dinheiro.

Mas só olhar o passado não funciona

Um ponto relevante é, mais do que entender o que está acontecendo, para melhorar a situação precisamos nos propor a fazer algo de diferente, certo? E aqui quero trazer duas ferramentas.

A primeira delas é repensar a maneira como utilizamos a nossa estrutura bancária. Um grande aliado que podemos ter são as nossas contas bancárias e cartões de crédito.

Quando a gente segue numa linha “deixa a vida me levar” é bem natural que aos 30 anos de idade já tenhamos umas 5 contas bancárias, uns 6 cartões de crédito e tudo usado de maneira bastante aleatória.

Se ao invés de usarmos esses dispositivos de maneira impensada, utilizarmos de forma estratégica, ficaria muito mais fácil de enxergar o que está acontecendo.

Já contei como é minha estrutura bancária nesta publicação aqui, e vale dar uma olhada para ter inspirações ao elaborar a sua.

O segundo passo, e que com certeza é determinante no sucesso na hora de conseguir poupar algum dinheiro, é ter um planejamento financeiro.

Como um bom planejamento financeiro pode te ajudar

Não precisa ser algo rebuscado, difícil e nem ser alimentado todo dia. Mas é importante ter algum direcionamento sobre como utilizar o nosso dinheiro e o que devemos fazer para que isso de fato aconteça.

E nesse sentido, tenho certeza de que a consultoria financeira pode ajudar demais. Na Papo de Valor nós conseguimos olhar para as finanças do cliente e elaborar planos que estejam alinhados com a realidade de cada um. Sempre pensando em estratégias que deixem aquele projeto mais fácil de ser executado.

E bom, para finalizar: sabemos que encarar a realidade não é tão fácil, mas certamente é uma das decisões mais importantes que podemos tomar por nós mesmos.

É um primeiro passo para começar a construção do futuro e da vida que a gente deseja!

Lorena Pires

Planejadora financeira da Papo de Valor. Acredita que ajudar no sucesso de um pequeno negócio é também ajudar na ascensão social das pessoas que estão ali por trás (dos empregadores aos funcionários), é minimizar passos em falso que teriam consequências catastróficas nas vidas dessas pessoas, é participar e colaborar para realizações pessoais.

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