Quanto eu preciso acumular para a minha reserva financeira?

Saber qual o valor ideal para uma boa reserva financeira é uma dúvida comum.

Felizmente somos seres humanos com uma diversidade maravilhosa e aqui não pretendemos encaixotar todo mundo achando que tem uma fórmula mágica que se enquadre.

Nesse artigo vamos comentar sobre alguns perfis, mas esperamos que você faça o exercício de refletir qual seria o valor ideal para a sua estrutura financeira atual.

Sabemos que pensar sobre esse número automaticamente ativa um pensamento forte de “eu não consigo poupar isso tudo”.

Mas calma, deixe esse pensamento passar. Esquece isso por agora, continue lendo e foque em descobrir o valor que irá te proporcionar tranquilidade financeira

Como pensar sobre o valor da reserva financeira de acordo com meu emprego?

O intuito aqui é te ajudar a refletir melhor sobre qual seria esse número ideal. Por isso, separamos algumas categorias de profissionais para te ajudar!

Concursados

Começamos com a categoria que muitos enquadram como ‘recebem o salário sem atrasos e não podem ser mandados embora’.

Falando assim, parece que eles nem precisam de reserva, não é?

Acontece que ninguém está ileso às adversidades que podem surgir. Partindo do princípio que há um risco menor de faltar a renda para quem se encaixa nesse perfil, poderíamos até diminuir o montante da reserva certo? Errado!

A reserva é para garantir tranquilidade em diversos momentos e não somente na perda do emprego.

É importante pontuar também o cuidado caso parte da sua renda mensal atualmente seja em função de uma chefia temporária, diárias de viagens ou substituição de outros servidores.

A qualquer momento isso pode ser retirado, então atenção para não incluir esses valores no seu padrão de vida. Ou caso o faça, saiba que é preciso haver uma redução imediata quando a gratificação se for.

Funcionário com carteira assinada

Verdade seja dita, por mais que seu chefe te ame e que você seja um excelente profissional, o mercado não brinca. A empresa que você trabalha pode ser vendida e os novos donos podem demitir todo mundo.

Há sempre as situações de força maior também: uma crise global, o setor econômico pode passar por um momento crítico ou ainda, uma pandemia que ninguém esperava.

A vida real é assim, mesmo que a empresa queira manter todos os funcionários, existem momentos que ela não consegue e precisa agir com planos de demissões para sobreviverem.

Por outro lado, há o famoso FGTS e seguro desemprego, argumentos que muitos usam para a falta de necessidade de ter uma reserva estratégica.

Dependendo do valor lá acumulado esses podem ser a solução de muitos problemas no caso de uma demissão. Isso faz com que a ‘falta da renda’ seja uma variável menos impactante.

Meu alerta é para lembrar que não conseguimos ter acesso a esses fundos a qualquer momento. A reserva é muito mais do que isso.

Lembre-se também de refletir sobre a sua vida.

Você possui dependentes? Pode precisar pagar as despesas hospitalares de algum parente? Em caso de demissão, você tem uma alta empregabilidade? Você é o provedor da família toda?

Sinta-se convidado a refletir sobre esse valor e aumentar sua reserva caso deseje ter um pouco mais de segurança.

Autônomo, empreendedor e empresário

Esse é talvez o grupo que tem mais dificuldade para se organizar e controlar suas finanças, uma vez que a renda pode variar muito. É preciso foco e também pensar na segurança da sua família.

Vou ser bem firme na minha sugestão aqui: 12 meses.

Imagine que a sua empresa pode não dar o lucro que tem apresentado nos últimos meses. O que você fará nessa situação? Vai tirar os filhos da escola?

Sugar a empresa até o último centavo também não é uma boa opção e pode até levar os dois juntos à falência: você e a sua empresa.

Qual o valor ideal de reserva financeira?

Resumindo o que apresentamos acima, é aconselhável que essa reserva leve em consideração o seu estilo de vida, os riscos nos quais você está envolvido e a sua própria percepção de risco e segurança.

Sugerimos sempre que esse número seja no mínimo 06 meses das suas despesas financeiras.

Caso esteja inserido em um cenário de instabilidade, baixa empregabilidade pela sua profissão, alta volatilidade na sua renda mensal ou com altas chances de ter que ajudar financeiramente seus pais, esse tempo deve ser aumentado.

E em geral, empreendedores podem trabalhar com uma margem de 12 meses de reserva como comentamos acima. Dessa forma, você garante que em momentos que o negócio não estiver indo tão bem (e que eventualmente vem junto com gastos mais altos) não prejudique também a sua vida pessoal.